domingo, 29 de novembro de 2015

UMA RURAL CAPRICHADA





Uma Rural caprichada

ROBERTO BASCCHERA
28 Novembro 2015 | 00:25

Carro de advogado une beleza, conforto e originalidade


A história de Luiz Alfredo Bianconi é semelhante à de várias outras pessoas que, inspiradas por boas memórias de infância, compraram um carro antigo e se iniciaram no antigomobilismo.

Pintura saia-e-blusa
As lembranças de um tio médico que morava em São José do Rio Pardo (SP) e o levava para passear em sua Rural Willys quando criança, e o fato de ter ganho de presente de um amigo uma miniatura do carro acenderam no advogado de 46 anos o desejo de ter seu próprio brinquedo. “Cada vez que eu olhava aquele carrinho na mesa do meu escritório aumentava a vontade de comprar uma Rural”, conta. “Então resolvi ir atrás de uma.”
A busca consumiu meses de consultas a dezenas de anúncios. O exemplar ideal, que equilibrava custo e qualidade, foi encontrado num anúncio na internet. A Rural bege e branca, fabricada em 1970, estava em muito bom estado, com a pintura saia-e-blusa restaurada e em boas condições mecânicas. O preço, considerado razoável pelo advogado, o animou a fechar o negócio.

Volante herdado do Aero Willys
O toque pessoal de Bianconi começou pela troca dos pneus e pela manutenção do que havia por fora, basicamente um par de faróis de longo alcance com dois fachos separados – um para neblina, outro para longa distância. Mas o que não aparece à primeira vista é que fez a diferença.
O primeiro passo foi desmontar o motor – um 6 cilindros em linha, de 2.638 cm cúbicos de cilindrada e de 90 HP – e deixá-lo zero quilometro, com a inclusão de peças originais e pintura do bloco em vermelho. Diversos componentes foram cromados, de dobradiças ao fecho e suporte do capô. O resultado foi um visual ao mesmo tempo limpo e sofisticado.

Um trabalho de muito capricho foi feito no motor
Resolvida a mecânica, o passo seguinte foi refazer a tapeçaria, em couro, trabalho bem executado por um experiente profissional da zona leste de São Paulo. O carpete, caramelo, segue a mesma linha. O capricho com os detalhes foi tanto que Bianconi mandou revestir até o estepe e a alavanca do freio de mão.

Rádio de época
Para completar, também foram cromados componentes internos, entre eles a alavanca de câmbio, no assoalho.

Bancos em couro
Tudo somado, a quase rústica Rural ganhou um ar que remete a conforto. “Gostei do resultado final”, disse o advogado, já pensando em investir em um outro projeto.

Porta-malas totalmente revestido
Projeto derivado do jipe nos anos 40, a Rural Willys começou a ser montada no Brasil em 1958 e usava peças do modelo americano. A partir de 1960, reestilizado, o utilitário passou a ser fabricado aqui. Uma espécie de pioneira dos SUVs, era oferecida nas versões standard e luxo, e tinha opção de tração nas quatro rodas, para o serviço bruto no campo.
Até o fim dos anos 60, o carro foi produzido pela Willys Overland do Brasil, em versões 4×2 e 4×4 e com motores 2.6 e 3.0. Depois, já com a marca Ford, seguiu até 1977. Sua versão picape, a F-75, também era robusta e até hoje pode ser vista nas ruas brasileiras, especialmente fazendo o trabalho de guincho.

FONTE : ESTADÃO / Blog Placas Amarelas

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